Quanto custa desligar-se? O desafio financeiro das casas autossuficientes no país

Smirnova britovitzk
By Smirnova britovitzk 4 Min Read
Paulo Twiaschor analisa os custos e desafios das casas autossuficientes no cenário brasileiro.

Conforme elucida Paulo Twiaschor, viver “fora da rede” significa habitar uma casa que opera de forma independente das infraestruturas públicas de energia elétrica, água e, em alguns casos, esgoto e internet. No Brasil, essa ideia de casas autossuficientes tem ganhado popularidade entre pessoas que buscam mais autonomia, sustentabilidade e, em muitos casos, economia a longo prazo. No entanto, essa independência vem com um custo inicial significativo — e muitos ainda se perguntam se o investimento vale realmente a pena. Confira!

Quais são os custos iniciais de casas autossuficientes?

Os custos iniciais para uma casa off-grid no Brasil podem variar bastante, dependendo da localização, tamanho da residência e nível de autonomia desejado. Para um imóvel de cerca de 80 a 120 m², os custos podem começar em torno de R$ 180 mil, podendo ultrapassar R$ 500 mil se a construção utilizar materiais ecológicos, tecnologias de ponta e sistemas redundantes. 

Segundo Paulo Twiaschor, itens como painéis solares fotovoltaicos com baterias de lítio, sistemas de filtragem de água e biodigestores elevam os custos, embora proporcionem uma independência mais robusta. A instalação de energia solar com baterias, por exemplo, pode variar de R$ 40 mil a R$ 150 mil dependendo da capacidade do sistema.

É possível viver confortavelmente fora da rede no Brasil?

Sim, é possível — mas exige planejamento e disposição para adaptações. Hoje já existem tecnologias suficientes para garantir conforto com energia solar, internet via satélite, aquecimento de água solar e até geladeiras e eletrodomésticos eficientes que consomem pouca energia. No entanto, o conforto dependerá de um bom dimensionamento do sistema. 

O impacto financeiro da autossuficiência residencial no Brasil sob a ótica de Paulo Twiaschor.
O impacto financeiro da autossuficiência residencial no Brasil sob a ótica de Paulo Twiaschor.

Nos meses de inverno ou em épocas chuvosas, sistemas mal planejados podem ficar sobrecarregados, destaca Paulo Twiaschor. Por isso, um dos maiores erros é subestimar a demanda energética da casa. Consultar um engenheiro ou arquiteto especializado em construções sustentáveis é fundamental para garantir conforto com eficiência.

Existem incentivos fiscais ou linhas de financiamento para casas off-grid?

Atualmente, o Brasil ainda carece de políticas públicas amplas para estimular construções off-grid, menciona Paulo Twiaschor. Entretanto, há alguns incentivos regionais e linhas de crédito para aquisição de sistemas fotovoltaicos, como o Programa de Financiamento à Energia Sustentável do BNDES ou programas específicos de bancos privados. 

Além disso, estados como Minas Gerais e São Paulo oferecem isenção de ICMS na compra de equipamentos de energia solar. Apesar disso, ainda há um grande espaço para crescimento em termos de incentivos para quem deseja viver fora da rede, especialmente no que diz respeito a sistemas de água e saneamento.

Por fim, para Paulo Twiaschor, construir do zero permite incorporar soluções autossuficientes desde a planta baixa, otimizando custos e eficiência. Por outro lado, adaptar uma casa existente pode ser mais barato inicialmente, se a estrutura for adequada e bem localizada. No entanto, retrofit de sistemas como encanamento, telhado para captação de água, e instalações elétricas para suportar energia solar com baterias pode tornar o processo complexo e caro. Em geral, a construção do zero tende a ser mais econômica e eficaz para alcançar um padrão 100% off-grid com menos retrabalho.

Autor: Smirnova britovitzk

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