O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados que mostram a continuidade do processo de desconcentração econômica no Brasil em 2021. Entre as 185 concentrações urbanas do país, 132 perderam e 53 aumentaram sua participação no PIB nacional entre 2020 e 2021, confirmando essa tendência. As grandes concentrações urbanas foram as que tiveram as maiores perdas, enquanto as médias concentrações urbanas apresentaram redução menos acentuada.
Maricá (RJ) foi o município com maior ganho de participação no PIB do país em 2021, com alta de 0,5 ponto percentual, impulsionado pela extração de petróleo e gás. Em contrapartida, São Paulo (SP) teve a queda mais expressiva, perdendo 0,6 ponto percentual de participação.
Outros municípios que perderam participação significativa foram Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS), principalmente devido a mudanças no setor de serviços.
Em 2021, 11 municípios responderam por quase 25% do PIB nacional, representando 16,6% da população brasileira. São Paulo (SP) liderou com 9,2% do PIB, seguido por Rio de Janeiro (RJ) com 4,0% e Brasília (DF) com 3,2%.
Houve mudanças notáveis no ranking dos municípios com maior participação no PIB desde 2002, com Manaus (AM), Osasco (SP) e Maricá (RJ) ganhando posições significativas.
A tendência de redução da importância econômica dos grandes centros urbanos continuou em 2021. As duas maiores concentrações urbanas do Brasil, São Paulo/SP e Rio de Janeiro/RJ, somaram 23,2% de participação no PIB, uma queda em relação aos 23,6% de 2020. São Paulo/SP teve o recuo mais expressivo, passando de 16,2% para 15,4% do PIB brasileiro.
Em termos de PIB per capita, os três municípios com os maiores valores em 2021 foram Catas Altas (MG), Canaã dos Carajás (PA) e São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), todos com a indústria extrativa como principal atividade econômica. Por outro lado, os menores PIB per capita foram registrados em três municípios maranhenses: Santana do Maranhão, Primeira Cruz e Matões do Norte.
Os maiores valores do PIB per capita em 2021 concentraram-se nos grandes centros urbanos do Centro-Sul e em algumas regiões com atividade agropecuária significativa e pequena população. Nas grandes concentrações urbanas, Campinas/SP liderou o ranking de PIB per capita, seguida por Brasília/DF e São Paulo/SP.
A desigualdade regional do PIB per capita mostrou sinais de redução em 2021. O Semiárido e a Amazônia Legal apresentaram melhora em seus índices em relação a 2002, enquanto a Cidade-Região de São Paulo viu sua razão do PIB per capita diminuir, indicando uma convergência para a média nacional.
A Cidade-Região de São Paulo, embora ainda concentre 22,6% do PIB nacional, perdeu participação em relação a 2020. A Amazônia Legal, por outro lado, aumentou sua participação para 10,1%, impulsionada pelo crescimento da agropecuária. O Semiárido, que vinha ganhando participação desde 2013, teve uma leve queda para 6,2% em 2021.